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O que é café especial?

Mas afinal, o que é “café especial”?

O termo especial é um adjetivo usado para tudo o que é exclusivo, fora do comum, excelente, notável. Enfim especial. O que acaba confundindo muitos consumidores. Uma cafeteria comum, um café comum, pode simplesmente usar o adjetivo para descrever o seu produto. Mas não é porque ele usa, que o produto pode ser categorizado como especial.

Vamos lá, então, como surgiu a categorização de cafés especiais?

Novos comportamentos mundiais em relação à alimentação têm influência significativa nas mudanças no cenário agrícola brasileiro. O mundo começou a exigir não somente quantidade, mas, também, qualidade nos alimentos.

Em 1991, atentos a essas mudanças e com visão além de seu tempo, 12 pioneiros e empreendedores começaram a vislumbrar novas oportunidades comerciais ao investir em qualidade do café e fundaram a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, sigla em inglês). A BSCA congrega pessoas físicas e jurídicas nos mercados interno e externo de cafés especiais, e busca difundir e estimular o aprimoramento técnico na produção, comercialização e industrialização desses produtos, além de promover, principalmente nas áreas cafeeiras, a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento ambiental sustentável através de programas, projetos e parcerias com entidades públicas e privadas, nacionais e estrangeiras.

A BSCA tem por finalidade, através de parcerias para pesquisas, difusão de técnicas de controle de qualidade e com as promoções de produtos, elevar os padrões de excelência dos cafés brasileiros oferecidos nos mercados interno e externo. É a única instituição brasileira a certificar lotes que podem ser monitorados através de selos de controle de qualidade de cafés especiais, com rastreabilidade total através de numeração individual, cujas consultas são disponibilizadas pela BSCA aos consumidores.

Por todas as ações, iniciativas e sucessos, a BSCA é reconhecida internacionalmente como a vanguarda da produção de cafés finos no Brasil e sua atuação é contínua na promoção dos produtores e cafés brasileiros.

O que são cafés especiais?

Segundo a BSCA, cafés Especiais são grãos isentos de impurezas e defeitos que possuem atributos sensoriais diferenciados. Estes atributos, que incluem bebida limpa e doce, corpo e acidez equilibrados, qualificam sua bebida acima dos 80 pontos na análise sensorial. Além da qualidade intrínseca, os cafés especiais devem ter rastreabilidade certificada e respeitar critérios de sustentabilidade ambiental, econômica e social em todas as etapas de produção.

Sendo assim, produtores de cafés especiais que buscam possuir propriedade certificada, exportadores de cafés especiais, torrefações ou até mesmo cafeterias podem se associar e garantir o selo de café especial.

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Fazenda Santa Virgínia – Sarutaía/SP

Como a BSCA é a única instituição brasileira a certificar lotes com monitoramento de selos de controle de qualidade de cafés especiais, ao se tornar membro, o produtor membro com fazenda certificada também pode garantir seu lote de café quanto à qualidade com o Selo BSCA e, assim, agregar valor na comercialização do produto.

Mas não deixa de ser um selo.

Cada fazenda passa por certificações específicas para suas condutas de plantio e beneficiamento do produto. Muitos produtores de cafés produzem cafés excelentes e com garantia, porém sem certificação, selo ou premiação que o lote de café específico adquiriu ou ao qual foi submetido.

Quais os demais selos de qualidade de café?

Existem diversos selos de garantia de qualidade de café. O primeiro de todos, que nos garante que no pacotinho vendido na gôndola tem apenas café puro é o selo da ABIC. Todos os cafés (puros) vendidos no mercado tem este selo.

  • ABIC

Programa Permanente de Controle da Pureza do Café – Selo de Pureza certifica que o produto é puro, sem adulteração ou misturas, oferecendo segurança alimentar, qualidade e respeito ao consumidor.

O Programa de Qualidade do Café, criado em 2004, certifica a qualidade do produto final por meio de uma metodologia de análise sensorial, e classifica e diferencia os cafés em 4 categorias:  Extraforte, Tradicional, Superior e Gourmet. Além de certificar o produto, a empresa é auditada quanto às boas práticas de fabricação de todo o processo de industrialização, para garantir consistência. É o único programa que se tem conhecimento no mundo que avalia a qualidade do café torrado e moído (as demais certificações avaliam o café verde, apenas).

A Qualidade Global da Bebida é a percepção conjunta dos aromas da bebida e de seu grau de intensidade, sendo que quanto mais aromático, melhor a qualidade do café; dos sabores característicos de cada bebida do café; de um amargor típico, mas não o resultante de torra excessiva; da presença não preponderante do gosto de grãos defeituosos; da inexistência do gosto característico de grãos fermentados, tudo se traduzindo numa sensação agradável durante e após a degustação.

A avaliação da qualidade da bebida café é feita por provadores treinados em laboratórios credenciados por meio de análise sensorial e  leva em conta aroma, acidez, corpo, adstringência , fragrância do pó e amargor, entre outras características. A categoria de qualidade do café é determinada conforme a nota de Qualidade Global (QG) obtida pelo produto numa escala de 0 a 10. Esta classificação, que é única no mundo, auxilia o consumidor a decidir qual a qualidade do café que deseja ao adquirir.

A ABIC considera as seguintes categorias de qualidade do café e o que as determina é a faixa de nota de Qualidade Global obtida pelo produto, numa escala de 0 a 10.

Cafés Tradicionais ou Extraforte

Café para o consumo do dia-a-dia, com custo menor. São comparáveis aos vinhos de mesa, que tem qualidade aceitável com o preço acessível, para o consumo diário. São constituídos de cafés arábica, robusta/conilon ou blendados.

Nota de QG >= 4,5 e < 5,9.

Cafés Superiores

Café de qualidade boa e sabor mais acentuado. São comparáveis aos vinhos superiores, que estão na escala intermediaria de qualidade, melhores que os Tradicionais e/ou Extra fortes e com valor agregado. São constituídos de cafés arábica, ou blendados com robusta/conilon.

Nota de QG >= 6,0 e 7,2.


Cafés Gourmets

Café excelente, exclusivo e de alta qualidade, com sabor e aroma mais suaves por causa da seleção dos grãos e de torra controlada. Também é possível perceber notas frutais, achocolatadas, e de nozes. São comparáveis aos vinhos mais finos, os grand cru, mais raros e exclusivos, finos e de alta qualidade.

Nota de QG>= 7,3 até 10.

Com a classificação de qualidade, fica mais fácil garantir tal excelência e identificação de especialidade desde o plantio até a xícara.